''A fila de espera de pessoas que precisam fazer cirurgias eletivas e de média complexidade está cada vez maior''. Essas são palavras do secretário de Saúde da cidade de São Sepé, Marcelo Ellwanger. Ele e outros prefeitos e secretários da região estiveram reunidos, na terça-feira, para discutir a realidade que enfrentam todos os dias, com pacientes que continuam na fila por uma cirurgia ou que precisam ser encaminhados para outros hospitais pela falta de atendimento. Durante o encontro da Associação dos Municípios da Região Centro (AM Centro), os integrantes avaliaram a efetividade da Rede de Hospitais Microrregionais de Cirurgias Eletivas, programa que funcionou por três anos em sete cidades.
– O Estado retirou a verba e tentou centralizar esse tipo de cirurgia na Casa de Saúde, em Santa Maria, e no Hospital de Caridade de Santiago, mas não deu muito certo, porque a fila de espera ainda é grande nas cidades menores, e é por isso que o Hospital Universitário está sempre lotado – avalia Ellwanger.
Ainda, conforme o secretário, o valor de R$ 200 mil repassado pelo Estado era dividido entre os hospitais de São Pedro do Sul, São Sepé, Nova Palma, Faxinal do Soturno, Júlio de Castilhos, Santa Maria e Santiago. Mas, agora, apenas a Casa de Saúde e o Hospital de Caridade de Santiago recebem para realizar as cirurgias eletivas e de baixa complexidade.
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Por isso é que os prefeitos estão lutando para que o Estado volte a repassar os recursos a hospitais de pequeno porte. O complexo hospitalar de Santigo é referência para 11 municípios e continua fazendo os procedimentos de média complexidade, mas a demanda aumentou, já que muitas cidades perderam o recurso do Estado.
– Nós queremos aumentar a prestação de serviços, mas a luta é para que a rede volte a operar nas cidades menores que antes funcionavam com os procedimentos de baixa complexidade e cirurgias eletivas – explica a secretária de saúde de Santiago, Gisélle Kollinski Ribeiro.

Superlotação
Toda essa situação pode ser um dos motivos da superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), que é referência em procedimentos de alta complexidade, mas que por vezes acaba realizando cirurgia de baixa complexidade, ultrapassando o número que foi pré-definido no contrato com o Estado.
– Se outros hospitais realizarem cirurgias eletivas de média complexidade, teremos condições de atender com mais tranquilidade as cirurgias de trauma e oncológicas. O Husm já encaminha pacientes de média complexidade para a Casa de Saúde. Mesmo assim, atendemos a mais do que o pactuado, porque muitos entram pela emergência e acabamos realizando cirurgias de hérnia, hemorroida, vesícula e trauma de membro superior, de fêmur, de mão, consideradas de média complexidade – ressalta Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde do Husm.
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Levantamento
No encontro da AM Centro, foi montada uma comissão que seguirá tratando da reativação da Rede de Hospitais. Uma reunião está marcada para a semana que vem e deve contar com a presença de representantes do Husm e da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS). Nesse encontro, também será feito o levantamento do número de pacientes na Região Centro que aguardam por cirurgia eletiva e de baixa complexidade. Depois, a intenção é entrar em acordo com o governo do Estado para tentar resolver esse problema e desafogar as longas filas de espera por atendimento nos municípios.